SIM, O YOGA REVELA
SIM, O YOGA REVELA
O poder transformador do yoga é infalível. Se estabelecida em uma firme base filosófica, sua prática vai quebrando padrões de comportamento, invertendo pontos de vista e abrindo caminho fazendo desabrochar no praticante um profundo processo intuitivo.
O yoga pressupõe disciplina, mas não no sentido compulsório do termo, muito pelo contrário e fascinantemente; o yoga é a disciplina que liberta.
A cada sādhana (prática) construímos um espaço dentro do nosso cotidiano, um espaço nitidamente diferenciado já que sua referência é interior, para onde nunca olhamos ou tendemos estar. Ao cultivarmos esse "terreno" pela introspeccção criamos uma oportunidade para que nossa essência original ou o melhor de cada um passe a se manifestar em nossas vidas conforme vamos lhe abrindo as portas interiores. Pela sabedoria do yoga todos nós já nascemos seres perfeitos, plenos e infinitos mas com a tirania do ego acabamos nos distanciando cada vez mais de nossa origem e nos esquecendo do paraíso que já temos dentro de nós.
O reconhecimento e o cultivo do próprio centro de poder através das técnicas do yoga familiariza o praticante com o que há de mais simples e pleno dentro dele mesmo. Ao descobrir e fortalecer a satisfação que vem de dentro, que não depende de nada e nem de ninguém, o processo ganha impulso e cada vez mais prioridade na vida do yogue.
Com esse novo parâmetro existencial situações que antes perduravam na vida da pessoa passam não mais a ser toleradas. O que antes parecia interessante ou de acordo com o senso comum muda subitamente e passa a incomodar gerando sucessivas mudanças. Como um imã e progressivamente, o yoga passa a atrair situações de melhor qualidade de vida purificando não só o corpo como o processo mental do praticante que se aproxima, cada vez mais puro, de sua própria natureza.
Pelo hatha yoga esse salto de consciência acontece através do corpo, nossa referência mais densa e concreta por onde aprendemos a sutilizar nossa percepção até alcançar a mente e seus desvios... levando o físico a situações de desafio, fortalecemos nossa mente ao buscarmos presença e conforto dentro do desconforto gerado pelo ásana. Analogamente às circunstâncias cotidianas vamos assim praticando uma estabilidade mental independente da situação que estejamos passando. E estabilidade mental é estabilidade emocional, é conforto.
Quando paramos de nos perder em nossos pensamentos, emoções, tensões e preocupações nossa percepção da vida se expande abrindo espaço para a nossa intuição, aquela que revela todas as respostas que buscamos só que agora de forma absolutamente espontânea. Muito mais tempo e energia então teremos para aplicar nosso poder criativo e transformador. Nosso dharma aliás, é justamente isso, a melhor aplicação de nossas forças e potencialidades revelando quem realmente somos, a razão por estarmos aqui.
Meditação
“Imagine um diamante, dentre todas, a pedra mais preciosa. Se intempéries o fizerem rolar sobre diversos terrenos, terra, areia e poeira irão cobrir seu real valor. O diamante ficará oculto sob as camadas de impurezas. Nós somos como diamantes, cujo brilho foi sendo escondido pelas marcas do tempo. Tempo que nos fez esquecer nossa verdadeira identidade. Meditar é limpar as impressões deixadas na superfície da alma e permitir o vislumbre do nosso próprio brilho original”.